(Foto de Adelino Lyon de Castro, 1952)
“Fiquei a vê-lo: primeiro junto ao cais
com um certo ar simpático”
Mário Cesariny de Vasconcelos
À vista do cais do Álvaro de Campos
na linha do horizonte, há um paquete
um ponto vago a fazer, ao que parece
exercícios de equilíbrio
Começa a ficar nítido o costado
pequeno, negro e sozinho
à sua maneira contra o mar vasto
deixa no ar o Verão com uma nuvem de fumo
Sob o olhar clássico de quem olha
de um cais com a saudade em pedra
e vidro das lágrimas partidas
traz a vida marítima de longe
a bordo para o cais, é real, sozinho
e deixa para trás um mistério.
16/3/2012
1 comentário:
O mistério que nunca se acaba!
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