Um dia esquecerão o queixo
submerso na barba,
outro dia a distância
entre as lentes sujas
dos óculos e os olhos,
mais tarde
os olhos sem ninguém.
A seguir a um dia de sol
falarão do vento,
que já não arrasava os cabelos;
depois, que os poemas
devem estar por aí, desiguais
silenciados,
noutro dia
um perfume alheio
fará dúvidas se era esse.
Ao nome, num dia já distante,
começará a faltar um apelido,
nenhum morfema
tomará nosso lugar.
20/9/2007
2 comentários:
Só hoje aqui pude vir e que "bebedeira" de poemas... um já conhecido o outro - tocantemente belo.
Profundo este trabalho.
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